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Introdução à Robótica Industrial

Os primeiros vislumbres de autómatos e maquinas automatizadas remontam a antiguidade. No entanto, foi no século XVIII que as primeiras representações concretas começaram a surgir.
Anónimo
March 26, 2024
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1. DA VISÃO À REALIDADE

Os primeiros vislumbres de autómatos e maquinas automatizadas remontam a antiguidade. No entanto, foi no século XVIII que as primeiras representações concretas começaram a surgir. Jacques de Vaucanson, construiu um autómato capaz de realizar movimentos complexos. Esse foi um dos primeiros exemplos práticos da automação.

O século XX marcou o inicio do desenvolvimento tecnológico que moldaria a robótica industrial moderna. Um dos marcos foi a “Unimate”, criada por George Devol e Joseph Engelberger na década de 1950. Este foi o primeiro robot industrial verdadeiramente programável e foi utilizado pela General Motors em processos de produção.

Desde então, a robótica industrial continuou a avançar. Os robots evoluíram de simples manipuladores para sistemas altamente sofisticados, capazes de uma variedade de tarefas, desde a montagem de produtos até a realização de operações complexas em ambientes perigosos.

As empresas começaram a adotar os mesmos em larga escala, principalmente na industria automóvel. O uso desses sistemas avancados permitiu uma producao mais rapida, precisa e eficiente, resultando em ganhos significativos na economia e na produtividade industrial. Foram integrados em diversos setores, como eletrónica, alimentos, medicina, entre outros. A sua versatilidade e capacidade de adaptação tornaram-nos essenciais em processos de fabrico complexos e específicos.

Com a evolução da inteligência artificial, os robots industriais tornaram-se mais do que máquinas programáveis. São capazes de aprender, adaptar-se a novas situações e colaborar de forma mais estreita com os humanos. Os avanços recentes estão focados em robots mais inteligentes, flexíveis e autónomos. A integração com tecnologias como a Internet das Coisas (IoT) e a análise de dados promete revolucionar ainda mais os processos de fabrico.

2. PRINCÍPIOS FÍSICOS E ESTRUTURA

Um manipulador industrial e um dispositivo mecânico, muitas vezes automatizado, projetado para realizar tarefas específicas, como pegar, movimentar, posicionar e manipular objetos em linhas de produção. A sua estrutura básica consiste em varias partes essenciais:

Base

Pilar do manipulador e por isso fornece estabilidade estrutural.

Pode ser fixa, permitindo movimentos apenas no espaço circundante, ou articulada, possibilitando rotação.

Braço

Composto por uma série de elos conectados por juntas. Estes são responsáveis por proporcionar mobilidade ao manipulador, permitindo alcançar diferentes posições e orientações.

Juntas

São os pontos de articulação que unem os elos do braço. Existem vários tipos, tais como juntas rotativas, prismáticas e cilíndricas, cada uma oferecendo diferentes graus de liberdade de movimento.

Ferramenta

A extremidade do manipulador, conhecida como EoF ou Tool, e onde a interação com os objetos ocorre. Pode ser equipada com garras, ventosas, pinças ou outros dispositivos específicos para a tarefa que sera executada. Operam com base em diversos princípios físicos, sendo os principais:

Cinemática

Ramo da física que estuda o movimento sem considerar as suas causas. Nos manipuladores, a cinemática é aplicada para determinar a trajetória e a velocidade dos elos e juntas durante a execução de uma tarefa.

Dinâmica

Esta relacionada com as forcas e os momentos aplicados ao manipulador. Compreender a dinâmica é crucial para garantir a estabilidade e a segurança durante as operações, evitando sobrecargas e oscilações indesejadas.

Controlo

Essencial para garantir que o manipulador execute as tarefas de forma precisa e eficiente. Os sistemas de controlo, muitas vezes baseados em sensores e algoritmos, monitorizam e ajustam continuamente as ações.

Existem diferentes tipos de manipuladores industriais, adaptados para diversas aplicações:

Cartesianos

Movem-se ao longo de três eixos lineares, proporcionando movimentos retos em direções ortogonais.

Cilíndricos

Possuem um braço articulado e juntas rotativas, permitindo movimentos circulares e lineares.

Esféricos ou polares

Caracterizam-se por uma base fixa e um braço esférico que se move em torno de uma base com juntas rotativas.

Articulados

Compostos por uma série de juntas rotativas, oferecem alta flexibilidade e adaptabilidade a diferentes tarefas.

3. APLICAÇÕES

Tem desempenhado um papel fundamental na revolução da industria, oferecendo uma variedade de aplicações que impulsionam a eficiência, a precisão e a automação dos processos de produção. Desde a manipulação de materiais até à montagem de componentes, esses dispositivos tem uma ampla gama de usos.

Montagem

Um dos usos mais comuns e na montagem de componentes.

São usados para posicionar, unir e fixar pecas em linhas de montagem, garantindo a precisão e a consistência na produção de produtos complexos.

Manuseamento

São usados para carregar, descarregar, empilhar e posicionar materiais diversos, desde caixas de um armazém, ate matérias-primas numa linha de produção. A capacidade de movimentar cargas pesadas de forma eficiente e segura torna-os essenciais em industrias como a logística e o fabrico.

Soldadura

Equipados com ferramentas de soldadura ou corte são amplamente utilizados na industria metalúrgica. Realizam operações de soldadura automatizada, garantindo precisão e repetibilidade, além de aumentar a segurança ao reduzir a exposição dos operadores a ambientes perigosos.

Embalagem e paletização

Na industria de embalagens, são usados para posicionar e empacotar produtos em caixas, paletizar cargas e realizar tarefas relacionadas com logística de armazenamento e transporte. Aumentam a eficiência da embalagem e reduzem os erros durante o processo.

Pintura e acabamento

Usados em processos de pintura e acabamento, aplicando tintas, revestimentos e outros materiais em produtos, de forma uniforme e precisa. Garantem uma cobertura consistente, minimizando o desperdício de material.

Produtos químicos e perigosos

Em industrias que lidam com substâncias perigosas ou produtos químicos, são utilizados para manipulação segura desses materiais. Reduzem o risco de exposição humana a ambientes perigosos e contribuem para um trabalho mais seguro.

Alimentos e farmacêutica

Na industria alimentar e farmacêutica, são usados para a manipulação delicada de produtos sensíveis, como embalagem de alimentos, montagem de medicamentos, preenchimento de frascos e trabalho de produtos em ambientes estéreis.

Aplicações específicas

Além das anteriormente mencionadas, tem ainda um vasto campo de atuação em diversas outras industrias, como aeroespacial (montagem de aeronaves), eletrónica (colocação de componentes eletrónicos), têxtil (manipulacao de tecidos) e muito mais.

4. PRESENTE E FUTURO

Testemunhamos um panorama de avanços tecnológicos continuos.

A integração de inteligência artificial (IA), visão, machine learning e sensores avançados que possibilita o desenvolvimento de manipuladores mais adaptáveis e autónomos. Graças a avanços na programação e no design, os sistemas são capazes de executar tarefas variadas em ambientes dinâmicos, ajustando-se rapidamente a mudanças nos processos de produção.

A automação proporcionada pelos manipuladores industriais impulsiona a eficiência e a produtividade. Reduzem o tempo de produção, minimizam erros, melhoram a qualidade e aumentam a capacidade de produção, contribuindo para a competitividade das empresas.

O futuro da robótica industrial promete robots mais inteligentes, autónomos e capazes de tomar decisões complexas em tempo real, adaptando-se a ambientes em constante mudança.

A integração de IoT sera uma realidade cada vez mais presente, que permitira a comunicação e a colaboração entre máquinas, otimizando processos, recolhendo dados e facilitando a manutenção preditiva.

A evolução da robótica levanta questões sobre o futuro do mercado de trabalho. Embora possa eliminar alguns empregos repetitivos, também cria novas oportunidades em areas como manutenção, programação e supervisão de sistemas automatizados.

Apesar das preocupações com o impacto nos empregos, a automação traz promessas de aumentar a qualidade de vida, permitindo que os trabalhadores se concentrem em tarefas mais criativas e intelectualmente desafiadoras.

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